A Igreja Anglicana ou Igreja da Inglaterra se considera Católica e reformada. Católica por se achar em comunhão com a verdadeira Igreja de Cristo e em perfeita continuidade com sua comunidade Apostólica. E reformada por ter sido moldada por princípios das Heresias protestantes.
Os Anglicanos argumentam que antes da catequização feita pelos Romanos nas ilhas Britânicas, já existia uma comunidade Cristã desconhecida de Roma. Porém esse argumento é inválido, pois nunca existiu uma Igreja desconhecida de Roma e sim locais de difícil comunicação, como a Inglaterra, que por isso em alguns momentos pode ter tido divergências quanto ao ritual e doutrina Latino com o das ilhas Britânicas.
Em 595, para formar uma unicidade entre os Cristãos Britânicos, ( anglo-saxão e celtas.) com a Igreja Romana e superar as diferenças resultantes da distância geográfica entre as duas regiões, foi enviado pelo Papa São Gregório Magno um grupo de Monges Beneditinos. Chefiados por Santo Agostinho ( não o doutor da Igreja e sim Santo Agostinho de Cantuária) com a missão de instruir os cristãos Britânicos. Com essa campanha de evangelização, a doutrina e o rito Romano foram estruturados de vez na região. Porém devido à distância geográfica que separa Roma da Inglaterra os reis Inglês sempre tentaram intervir na Igreja, para benefício próprio, como Henrique VIII.
A origem Anglicana que é o mais importante para nós, vai ocorrer apenas no ano de 1534, pelo ato de supremacia, quando Henrique VIII se auto- denomina líder da Igreja na Inglaterra, dando origem a uma nova vertente protestante. Essa vertente seria confirmada de uma vez por todas por Elisabeth I, que também é conhecida como Isabel I, filha bastarda de Henrique VIII. Isabel adotou a doutrina calvinista expressa na Lei dos 39 Artigos, onde está estruturada a Doutrina Anglicana.
Mas o fato que levou Henrique VIII a se separar da comunhão com a Igreja Católica é de total importância para se compreender a ética protestante presente no movimento Anglicano. Os atos de Henrique VIII mostram o perfil da nova conjuntura religiosa que estava nascendo, além de explicar algumas posições Anglicanas como: a defesa do aborto e o casamento entre os homossexuais.
Henrique VIII era casado com Catarina de Aragão filha dos reis da Espanha. Catarina estava prestes a consumar matrimônio com o irmão de Henrique VIII, mas este morreu antes do casamento ser consumado. Para que pudesse ser realizada a aliança entre espanhóis e ingleses a coroa britânica e espanhola pediu a liberação do Papa para que Catarina se casasse com Henrique, como o casamento anterior não havia sido consumado o papa concedeu a liberação.
Sempre com uma vida de prostituição Henrique VIII se apaixonou por Ana Bolena, prostituta e protestante, o rei também já tinha sido amante da mãe dela. E para poder se casar com a prostituta pede ao Papa a anulação do seu casamento com Catarina, alegando que esta era sua cunhada e por tanto o casamento seria ilegal. O Papa não considera o pedido do rei, pois o casamento com Catarina de Aragão foi legítimo. Contrariado Henrique VIII se desliga de Roma e se elege como o chefe supremo da religião na Inglaterra, dando origem ao Anglicanismo. Todo o episcopado inglês é obrigado a obedecer ao rei. João Fisher foi o único bispo que não se curvou diante de Henrique VIII e por isso foi decapitado. Thomas Morus chanceler do rei também foi contrário a essa separação e como João Fisher foi condenado à morte. Henrique VIII depois de um tempo de casado mandou executar Ana Bolena, alegando adultério. O rei herege ainda se casaria seis vezes e mandaria executar a maioria de suas cortesãs.
Com a morte de Henrique VIII quem herdou o trono foi Maria Tudor, legítima filha do rei com Catarina de Aragão. Maria Tudor era católica e voltou à união com Roma. A nova rainha da Inglaterra se casou com o rei da Espanha Felipe II, com quem não teve nenhum filho. Henrique VIII também tinha uma filha bastarda com Ana Bolena, que se chamava Isabel ( Elizabeth I) . Isabel foi mantida a distancia por Maria Tudor, devido as suas pretensões políticas e religiosas. Felipe II acabou conhecendo Isabel no seu cárcere e se apaixonou por ela. Após uma conspiração de Isabel, Maria Tudor iria condená-la a morte, mas Filipe II acabou defendendo Isabel e livrando- a da sentença.
Após a morte de Maria Tudor quem deveria herdar a coroa britânica era Maria Stuart, rainha da escócia e prima de Maria Tudor. Mas Filipe II favoreceu Isabel que foi coroada como rainha. Isabel era uma feiticeira, que cortou mais uma vez as ligações com Roma e confirmou o anglicanismo como religião da Inglaterra, estruturando a doutrina da seita. Isabel foi excomungada assim como seu pai.
A partir do século XX começam a surgir novas vertentes do anglicanismo, principalmente fora da Inglaterra. No Brasil existem varias comunidades Anglicanas, apesar de não ser tão popular. O mais importante é que se possa conhecer a verdadeira história dessa heresia, que hoje em dia defende coisas como o aborto e o casamento gay. Um movimento religioso que nasceu de um Divórcio, e foi consolidado depois de uma grande perseguição contra os verdadeiros cristãos os católicos, não merece a confiança nem a participação de quem realmente pretende entrar em comunhão com Deus e com os ensinamentos de Cristo.
A sucessão Apostólica da Igreja Anglicana não é considerada pela Autoridade da Igreja Católica, por isso o argumento Anglicano de se considerar católico é inválido. A Igreja Católica também não concorda com a ordenação de mulheres, a defesa do aborto e o casamento homossexual, que são defendidos pelos anglicanos.
Fonte:
Origem da Igreja Anglicana, disponível em: http://caiafarsa.wordpress.com/anglicana-origem-da-igreja-anglicana/ Origem do Anglicanismo, disponível em: http://montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=apologetica&artigo=20040729224522&lang=bra